20 julho, 2009


O SCORM e a partilha de conteúdos

Neste momento, com a digitalização de conteúdos, podemos afirmar que o conhecimento está ao alcance de toda a população com acesso à internet, mas será mesmo assim? Para além da questão da democratização da informação, haverá de facto conhecimento disponível de forma estruturada, reconhecido no âmbito de sistemas nacionais ou globais que possam ser consultados e reutilizados?
São vários os países que tomaram consciência da importância de uma politica económica relativa aos objectos de aprendizagem. Como base de entendimento e garantia de transferibilidade foi adoptado o modelo de partilha de conteúdos SCORM.


Origem do modelo de referencia de partilha de conteúdos SCORM
O SCORM (Sharable Content Object Reference Model) é uma especificação técnica, constituída por um conjunto de standards técnicos desenvolvidos por várias entidades. Estes standards definem como os objectos de aprendizagem devem ser codificados para que funcionem em outros programas de eLearning. Respeitando esta especificação, há a garantia de que os objectos produzidos comunicam eficientemente com as plataformas de formação, LMS (Learning Managment Systems).
Foi desenvolvido pela ADL (Advanced Distributed Learning Iniciative) que em 1997 recebeu do Ministério da Defesa dos Estados Unidos da América, a incumbência de desenvolver uma estratégia eficaz de gestão da educação e formação baseada em ferramentas tecnológicas.
Desde 2000 teve várias versões. A maior parte das plataformas LMS são compatíveis com a versão SCORM 1.2, estando progressivamente a implementar a versão mais recente a SCORM 1.3, também denominada de SCORM 2004.


Objectivo da especificação técnica SCORM
O SCORM tem como objectivos:
Facilitar a acessibilidade aos materiais já desenvolvidos através de um sistema de indexação definido;
Garantir a sua interoperabilidade de forma a que possam ser utilizados nas diferentes plataformas de formação;
• Reutilizar materiais já existentes de forma fácil e ágil permitindo uma economia de escala no desenvolvimento de cursos de formação.

Qual a sua estrutura
Neste momento, o SCORM é constituído por 3 partes: Content Aggregation Model (CAM), Sequencing and Navigation e Run Time Environment (RTE), designadas por livros.


Content Aggregation Model – Livro que contém o processo de criação, a descrição e o agrupamento de objectos de aprendizagem na estrutura do curso;
Sequencing and Navigation – Define as acções a tomar quando um objecto de aprendizagem é seleccionado ou ignorado durante a utilização do curso pelo formando;
Runtime Environment – Define como o objecto é aberto pela plataforma. Permite também que a actividade seja registada e que os dados daí resultantes possam ser tratados.

Partes constituintes de um curso eLearning
Um curso de formação eLearning é o conjunto de todas as suas partes constituintes, organizadas de forma a que sirvam o objectivo a que se destina, através de metodologias adaptadas. O exemplo seguinte pretende estabelecer a analogia entre um modelo de estrutura genérico e o modelo de organização dos referenciais de formação, no âmbito do Sistema Nacional de Qualificação.


Os documentos podem ser de qualquer tipo: texto, imagem, som, vídeo. Os objectos de aprendizagem (SCOs – Sharable Content Objects), são recursos electrónicos que não necessitam de alteração ou actualizações e são independentes do desenvolvimento dos sistemas tecnológicos. São as unidades de conhecimento mais estáveis e facilmente utilizados em plataformas SCORM compatíveis. Podem ser utilizados em diferentes cursos. Para isso, na sua concepção deve ser garantido que os objectos devem ser pequenos e independentes do contexto formativo.
A identificação destes objectos é feita através da descrição dos seus conteúdos. Esta descrição, ou meta-data, está padronizada, o que torna mais fácil a sua pesquisa nos diferentes repositórios de conteúdos. Deve estar também indicado o autor e qual o tipo de licença de utilização associada.
Quanto mais complexos forem os objectos de aprendizagem, mais especializados eles são e menos possibilidades têm de serem reutilizados noutras Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD).
A probabilidade de reutilização de UFCD’s nas várias componentes de formação vão diminuindo, à medida que o contexto vai aumentando.
As diversas componentes de formação que variam com a modalidade de formação, contêm todos os elementos anteriores e são peças constituintes dos Referenciais de Formação Profissional.

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